126b. Marchinha (Instrumental)


 

No finalzinho do Hinário (bailado), antes de se cantar o hino nº 127, Eu pedi, executa-se uma marcha sem letra, não numerada. Há duas versões correntes entre os daimistas: a primeira é que a letra existe e é conhecida de poucos; a segunda versão é que a letra nunca existiu e, nesse caso, Mestre Raimundo Irineu Serra teria recebido apenas a musica do hino.[508] 

Ele recebeu este hino e este hino tinha palavras. Ele tinha palavras, só que ele guardou para si e apresentou só a parte musical. Um dia eu chego lá e ele perguntou se eu queria escutar uma música. Sempre que ele recebia um hino e eu chegava lá, ele anunciava para mim e perguntava se eu queria ouvir. Ora, quem não queria? Aí, esse foi um. As meninas solfejaram, solfejaram, solfejaram, solfejaram...

Quando terminou, ele disse: É isso aí! [509]

Para aqueles que acreditam que a canção musicada (marcha) tem uma mensagem transmitida verbalmente, pululam interpretações. Luiz Mendes do Nascimento argumenta que Mestre Irineu teria lhe dito: “... tem as palavras, tem as palavras, só que eu não tenho condição de divulgar, porque não existe preparo, portanto eu vou ficar com elas e deixe que seja só musicado”.[510]

Sabemos que “as coisas encobertas pertencem ao Senhor nosso Deus, porém as reveladas pertencem a nós”,[511] pois ao homem foi revelado o que devia ser revelado, mas alguns mistérios a Deus pertence... todavia, qual seria a mensagem interditada por Raimundo Irineu Serra aos seus discípulos?

Seria o “balanço” final, apocalíptico, segundo a crença dos daimistas messiânicos da linha do Padrinho Sebastião? O anúncio da sua morte física já próxima, que muito consternaria a sua irmandade? ... ...?

Bem... o certo é que essa cândida e alegre marchinha, bailada ao som dos instrumentos e com a marcação dos maracás, é a introdução ao pot-pourri que será concluído com o “Eu cheguei nesta casa”, para encerramento da função lírico-religiosa.

 

Notas:
[508] CEMIN, Arneide Bandeira. O "Livro Sagrado" do Santo Daime. Disponível em http://www.unir.br/~cei/artigo11.html. Acesso em 02/07/2002.
[509] Depoimento de Luiz Mendes do Nascimento. Disponível em http://www.mestreirineu.org/luiz.htm. Acesso em 20 de abril de 2006.
[510] Depoimento de Luiz Mendes do Nascimento. Disponível em http://www.mestreirineu.org/luiz.htm. Acesso em 20 de abril de 2006.
[511] Deuteronômio 29:29

 


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