67. Olhei para o Firmamento


Olhei para o firmamento
Vi as estrelas brilhar
Tinha uma mais bonita
De um trono imperial

Este trono imperial
Foi Deus quem me mostrou
Para eu amar a Virgem Mãe
E a Jesus Cristo Redentor

Todo dia eu canto e peço
Para limpar meu coração
Para seguir neste caminho
E deixar a ilusão

Sempre eu digo aos meus irmãos
Que tratem o tempo mais sério
Que o tempo não engana
E não tem dó desta matéria.

 

O tempo é sem medida e incomensurável, pois “aquilo em vós que é sem tempo sabe da eternidade da vida”;[262] sabe que o ontem é apenas a memória do hoje. E “que aquilo em vós que canta e contempla ainda habita os limites daquele primeiro momento em que as estrelas foram espalhadas pelo espaço”.[263]

O tempo é como o amor, “indivisível e descompassado”.[264] Mas quando encarnados necessitamos dividir e medir o tempo.

Dividimos o tempo em horas e estações, e fazemos do tempo como que um rio, em cuja margem nos sentamos olhando o Rio Tempo fluir. [265] Entretanto, Mestre Irineu nos alerta para tratar o tempo “mais sério”, pois “o tempo não engana / e não tem dó desta matéria”.

Ele canta o delicado equilíbrio entre não se apegar às exigências da matéria, que é transitória, e a não desrespeitá–la,[266] já que estamos aqui, habitando este mundo de ilusão.

Isso significa que embora nosso pensamento divida o tempo em minutos, horas e estações, “que cada estação envolva todas as estações”.[267] E o aqui e agora abrace o passado com saudade; aguarde o futuro com boas expectativas.






 

Notas:
[262] GIBRAN, Khalil. O Profeta.São Paulo: Editora Martin Claret, 2004, p. 87.
[263] Ibidem, p. 87.
[264] Ibidem, p. 87.
[265] Ibidem, p. 87.
[266] TEIXEIRA de FREITAS, L.C. Disponível em<http://www.juramidam.jor.br/12_eu-peco.html> Acesso em 14 de julho de 2005.
[267] GIBRAN, Khalil. Op cit., p. 88.

 


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