66. São João


São João era menino
Só vivia nas campinas
Pastorando as suas ovelhas
Pregando a Santa Doutrina.

Pregando a Santa Doutrina
O amor ele empregou
Atrás dele veio Jesus
E toda a verdade afirmou

Toda verdade afirmou
Gravou no coração
Ambos foram batizados
No rio de Jordão

No rio de Jordão
Ambos estiveram em pé
Um é Filho de Maria
O outro é filho de Isabel

Jesus estava vestido
Com sua roupa cor de cana
Dando vivas ao Pai Eterno
Viva a Senhora Santana.

 

Nos Evangelhos é contado que Maria, grávida do menino Jesus, viajou a uma cidade da Judéia e ao chegar na casa de Zacarias, cumprimentou Isabel - sua prima – grávida do menino João. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. Com um grito, exclamou: "Bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre! Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar? Pois quando ouvi a voz de tua saudação, a criança saltou de alegria no meu ventre”.[253]

Um é filho de Maria
O outro é filho de Isabel

De João é dito que, no décimo quinto ano do império de César Tibério, a mensagem de Deus foi dirigida a ele, no deserto, onde crescia como pastor de ovelhas. João usava uma roupa feita de pelos de camelo e um cinto de couro em volta da cintura. Seu alimento era constituído de gafanhotos e mel silvestre.

São João era menino
Só vivia nas Campinas
Pastorando as suas ovelhas
Pregando a Santa Doutrina

Zacarias, seu pai, inspirado pelo Espírito Santo, dele havia profetizado: “tu, menino, serás chamado Profeta do Altíssimo, porque irás ante a face do Senhor, preparando os seus caminhos”.[254]

Pregando a Santa Doutrina
O amor ele empregou
Atrás dele veio Jesus
Toda verdade afirmou

João percorreu toda a Judéia pregando o batismo e o arrependimento para a remissão dos pecados. Acorriam a ele todos os habitantes do país e dos arredores do Jordão. E eram batizados por ele no rio Jordão reconhecendo publicamente os seus pecados.[255]

Toda verdade afirmou
Gravou no coração

Quem és tu? Perguntaram os sacerdotes e levitas que os judeus enviaram para o interrogarem.

- Eu sou a voz que clama no deserto, respondeu João, eu batizo com água. Mas no meio de vós está quem não conheceis. Ele que vem depois de mim vos batizará com o Espírito Santo[256] e dele nem sequer sou digno de lhe desatar a correia das sandálias.[257] Porém, de João dá testemunho Jesus: “entre os nascidos de mulher não surgiu nenhum maior do que João”.[258]

Ambos foram batizados
No Rio de Jordão

Certo dia Jesus saiu de Nazaré da Galiléia para o Jordão, ao encontro de João a fim de ser batizado por ele. Mas João se recusava dizendo:

- Eu sou quem devo ser batizado por vós, e vós vinde a mim?
- Deixa por agora, respondeu Jesus, porque assim nos convém cumprir toda a justiça.

Diante disso, João consentiu.[259]

No Rio de Jordão
Ambos estiveram em pé

Logo que Jesus saiu da água, os céus se abriram, e o Espírito Santo como pomba desceu sobre Ele. E ouviu-se uma voz dos céus, que dizia: “Tu és o meu Filho amado em quem me comprazo”.[260]

E assim é narrada a história do batismo do nosso Senhor Jesus Cristo.

Neste hino, São João, o Batista, é apresentado como menino-pastor e tem no seu dia, 24 de junho, uma das mais importantes festas oficiais do calendário da Doutrina do Santo Daime. Nessa data o hino é cantado com muito vigor e alegria,[261] e costuma-se repeti-lo três vezes.

As homenagens rendidas a São João Batista resultam do seu fundamental papel como anunciador da chegada do Messias, da condição de quem Lhe administrou o batismo e do testemunho público que Lhe foi dado. A popularidade e prestígio de São João no imaginário popular do nordeste brasileiro o faz um dos santos católicos mais concorridos, e a comemoração do seu dia, com grandes festejos, simboliza para as comunidades agrícolas a festa da colheita, além de coincidir com o solstício de inverno.

Jesus estava vestido
Com sua roupa cor de cana
Dando viva ao Pai Eterno
Viva a Senhora Santana

No hino é reafirmada a importância que é dada na Doutrina do Santo Daime à Sagrada Família, quando – numa rima forçada - saúda a avó de Jesus Cristo, mãe de Maria, a Senhora Santana.

 

Notas:
[253] Lucas, 1:39-44.
[254] Lucas, 1: 76.
[255] Mateus 3:1-6; Marcos 1:1-6; Lucas 3:1-6
[256] Mateus 3:11-12; Marcos 1:7-8; Lucas 3:15-18.
[257] João 1:19-28.
[258] Mateus 11:11; Lucas 7:28.
[259] Mateus 3:13-15.
[260] Marcos 1:10-11.
[261] FRÓES, Vera. Santo Daime. Cultura amazônica. História do povo Juramidã. Manaus: SUFRAMA, 1986, p.104.

 


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