16. A Minha Mãe é a Santa Virgem


A Minha Mãe é a Santa Virgem
Ela é quem vem me ensinar
Não posso viver sem ela
Só posso estar onde ela está

Ela é mãe de todos nós
Daqueles que procurar
Seguindo neste caminho
Vai chegar onde ela está

Oh! Minha Virgem Mãe
Oh! Mãe do coração
Eu vivo nesta escola
Para ensinar os meus irmãos

E eles pouco caso fazem
De aprender com alegria
Porque pensam que não é
Ensinos da Virgem Maria

Ninguém trata de aprender
Só se levam na ilusão
Aqui mesmo neste mundo
Está no mar da escuridão.

 

No hinário O Cruzeiro Universal, o termo escola não é metafórico, “como poderíamos crer, presos a nossas próprias estruturas mentais que nos acostumam a reconhecer como ‘real’ aquilo que identificamos como legítimo, nesse caso, o sistema oficial de ensino”.[96]

É feita uma atualização do sentido sociológico de escola, em que a legitimidade do “Mestre Ensinador” se constrói pelo aprendizado com a Virgem Mãe, “o professor aprende e ao mesmo tempo ensina porque aprendeu a obedecer a mando de quem o ordena a ensinar: a Virgem mãe, subordinada ao Pai Eterno”.[97]

Oh! Minha Virgem Mãe
Oh! Mãe do coração
Eu vivo nesta escola
Para ensinar os meus irmãos

Assim cantam os versos da terceira estrofe: que essa doutrina corresponde a uma escola espiritual, onde a dimensão religiosa é vivenciada como espaço de aprendizagem e de ensino, e Raimundo Irineu Serra Juramidam é o professor dessa Missão.[98]

No hino, Mestre Irineu reafirma seu destino de Mestre Ensinador e anuncia sua feliz obediência à missão de ensinar, divulgada em vários momentos deste hinário.

Ao tempo em que alerta para a resistência e desconfiança da irmandade para com os ensinamentos.

E eles pouco caso fazem
De aprender com alegria
Porque pensam que não é
Ensinos da Virgem Maria

E apregoa as causas de tal resistência: a sedução pelo mundo da ilusão, que leva os irmãos para o lado oposto ao da Luz.

Ninguém trata de aprender
Só se leva na ilusão
Aqui mesmo neste mundo
Está no mar da escuridão

Mas essa teimosia dos “alunos”, que o levou mais adiante a ameaçar “deixar de ensinar” (hino nº 81 - Professor) não deve ser pretexto para abandonar a Missão, e sim motivo de firmeza:

Eu vivo nesta escola
Para ensinar meus irmãos.

 

Notas:
[96] CEMIN, Arneide Bandeira. O "Livro Sagrado" do Santo Daime. Disponível em http://www.unir.br/~cei/artigo11.html. Acesso em 02 Jul 2002.
[97] Idem, ibidem.

[98] Idem, ibidem.

 


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