No seis de julho de 1971 o Mestre  Raimundo Irineu Serra fazia a sua passagem para o mundo espiritual. Pouco antes  disso, pessoalmente ele escolheu o local onde deveria ser deitado o seu corpo a  terra fria, em terras da sua propriedade, no Alto Santo, atual Vila Irineu  Serra, em Rio  Branco-Acre.
 
Pisei na terra  fria
Nela eu senti  calor
Ela é quem me dá o  pão
A Minha Mãe que nos  criou
 
Foi em um lote de terra em frente  a sua residência, do lado oposto ao antigo ramal, atual Estrada Raimundo Irineu  Serra. Hoje, na antiga moradia do Mestre Irineu está abrigado o Memorial da  Doutrina, situado ao lado esquerdo da residência da Madrinha Peregrina Gomes  Serra, viúva do Mestre e dignatária do CICLU Alto Santo.
 
Vizinho ao túmulo do Mestre,  localiza-se a casa de Leôncio Gomes da Silva e familiares (na Estrada Raimundo  Irineu Serra, nº. 3838). Seu Leôncio foi designado para ser o presidente do  Centro Livre fundado por Mestre Irineu. A escolha do lugar foi para que os  familiares do seu Leôncio assumissem a responsabilidade pela limpeza,  organização e segurança do recinto sagrado.
 
Dona Hortênsia Gomes, filha do seu  Leôncio, cumpriu com eficiência essa missão até a sua passagem para a vida  espiritual, em 2004. Hoje os cuidados com o Túmulo são da responsabilidade da  própria Madrinha e as mulheres da irmandade.
 
O Túmulo do Mestre Irineu é lugar  de devoção e peregrinação dos seus devotos; pouso dos aflitos, consolo dos  desesperados que ali vão meditar e orar, em busca de uma luz, uma instrução. 
 
É sítio também dos afortunados  merecedores da Providência Divina que para lá se deslocam no intuito de  agradecer as graças alcançadas. Lugar de pagamento de promessas, a prática de  fiéis depositarem ex-votos no Túmulo foi desestimulada pela administração do  lugar, e caiu em desuso.  Ali não mais ocorre esse tipo de manifestação religiosa  popular.
 
A ambiência é perfeita para o  recolhimento meditativo: o Túmulo é envolvido em um lindo jardim de belas  flores, onde silenciosos chegamos a este jardim e rogamos a Piedade da Mãe  Divina.
 
Ás vezes alegres vozes de crianças  se ouvem ao longe, na vizinha Escola Raimundo Irineu Serra, herdeira da Escola O  Cruzeiro, fundada pelo próprio Mestre Irineu.
 
Em meditação, sentimos a luz e  força irradiada de dentro daquele mausoléu de azulejos azuis, e lembramos dos  versos de conhecido hino doutrinário: “muitos pensam que é falecido, mas é vivo  meu São Irineu”...
 

Sobre a tumba foi esculpida uma  Cruz de Caravaca, logo abaixo está incrustada uma fotografia de Raimundo Irineu  Serra com as datas de nascimento e falecimento (15/12/1892 – 06/07/1971).  Depositados sobre o jazigo estão vasos de flores um porta-retrato com a  fotografia do Mestre Irineu e permanentemente muitas velas acesas, sinal de  eterno zelo dos seus fiéis pela memória do Querido Padrinho  Irineu.
 
Á esquerda do sepulcro do Mestre  descansa o corpo de Leôncio Gomes da Silva (11/02/1918 – 17/03/1980);  à direita estão depositados os despojos do amigo e discípulo de primeira  hora José Francisco das Neves Junior (22/10/1908 –  08/10/1990).
 
À direita dos túmulos dos três  amigos e companheiros em Cristo encontramos um busto do Mestre Imperador  Raimundo Irineu Serra Juramidam, feito em cimento e gesso e pintado de tinta  metálica prateada: nesta iconografia o Mestre é representado com os olhinhos  fechados, mirando...   
 
Para garantir a memória e  preservação do lugar, em 05/09/2006 um conjunto de edificações no Alto Santo foi  tombado simultaneamente como patrimônio  histórico e cultural de Rio Branco e do Acre, por decretos  simultâneos do então governador Jorge Viana e do prefeito Raimundo Angelim.  Entre outras edificações, o Túmulo do Mestre Raimundo Irineu Serra foi declarado  Patrimônio do povo acreano.
 
Nesse recinto acontece na tarde de  seis de julho, a partir das quatro horas, o principal evento anual de  congraçamento de todos os centros livres daimistas que porventura possam estar  ali representados: a Santa Missa rezada pela Madrinha Peregrina em memória do  aniversário da passagem de Raimundo Irineu Serra para a vida espiritual. Após o  ato litúrgico, todos se dirigem para os seus respectivos centros e igrejas para  cantar o Hinário O Cruzeiro Universal, em louvor ao Divino Pai Eterno e a Rainha  da Floresta. 
 
Meu corpo na  sepultura
Desprezado no  relento
Alguém fala em meu  nome
Alguma vez em  pensamento?